quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Seria mesmo real?


A rua estava interditada, lotada, com pessoas de todas as crenças, de todos os gostos e atitudes. 
Eu estava feliz, mas era uma felicidade tão intensa que até mesmo me senti encorajada a dizer seu nome logo quando o avistei e reconheci. 
Não havia medo, nem mesmo vergonha de acenar para você quando virou-se e me viu.
 Não sabia se iria recordar-se de mim, mas tinha a certeza de que estaria satisfeita, pois havia visto o seu olhar novamente. 
Você, sem dizer nada, ficou me olhando, e sem muito desespero ou coisa parecida, eu resolvi seguir em frente, continuar vivendo esses momentos felizes que tal dia me proporcionava. 
Mas logo resolvi sentar, queria descansar um pouco. E nesse momento notei que já estava sozinho, seus amigos ou as pessoas com quem andava não mais te acompanhavam. 
Foi aí que relembrei das suas frases de solidão, dizendo com elas que por mais que alguma pessoa tivesse alguém para o acompanhar por vários momentos de sua vida, no final ela também ficaria sem ninguém. 
Quando olhei novamente, você já estava aproximando, e ao contrário de começar a suar as mãos e ficar completamente nervosa, eu estava bastante despreocupada com tudo o que poderia acontecer. 
Sentou-se então ao meu lado e começou a dizer tudo aquilo que um dia eu esperava que dissesse. 

Não consigo descrever até hoje o que sentia naquele momento, não sabia se era um sonho ou se aquele sonho de fato era real, só sabia que sendo sonho ou não, eu vivia os momentos mais felizes da minha vida e me sentia satisfeita por ter esperado tanto tempo e no final não ter me decepcionado. 

Na manhã seguinte, quando acordei, percebi que realmente tinha vivido tudo o que esperava, só que em outra dimensão.



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A semelhança se encontra exatamente nas maiores diferenças

Me vejo sozinha. Me encontro lendo um livro que por sinal parece ser o melhor de todos que já li. Logo posso perceber que lá fora algum ser anseia pela presença de outro ser que talvez o completaria nesse determinado instante, e após sua ausência, sem ter encontrado alguém para alentar-se, percebo novos seres habitando o mesmo local. Trocam míseras palavras, fazem suas obrigações, algumas em conjunto, mas logo entram e se dispersam dos meus sentidos. Apesar da individualidade notada pareciam se completar, por mais incompleto que isso pudesse parecer. Passado alguns instantes, eis que surge uma garotinha vestida de vermelho, a qual ousava mencionar para as pessoas que a acompanhava: "Quando eu me casar (hesita), ou melhor, se eu me casar vou querer um buquê de rosas bem grande e bonito!" E assim, percebo que entre tantas diferenças existia algo em comum entre mim e essas pessoas: estávamos todas sozinhas.