A minha vida girou. E penso que se não foi um giro de 360º foi de pelo menos 260º. Eu nunca, mas nunca mesmo, tinha me imagino como agora estou. Após ter chegado em Brasília tudo começou a mudar. E foi a partir desse momento que eu percebi que não apenas os meus ares tinham como obrigação essa mudança, mas eu também.
Hoje já consigo perceber o quanto deixei para trás aquilo que nada me servia, e no lugar disso tudo comecei a plantar esperança, desejos e outras coisas que agora passo a ter certeza de que um dia elas me servirão, e como!
Mudei meus planos, segui outros caminhos e talvez tenham avançado um pouco mais do que esperava.
Numa tarde, que estava passando na casa de uma prima, vejo que as inscrições para o Prouni estavam abertas, e assim decido ver quais cursos, faculdades e algo mais que estava disponibilizado para os milhões de estudantes que fizeram o enem e se interessavam por uma bolsa ofertada. Então, como se não bastasse apenas ver, decido me inscrever, mesmo não tendo decidido qual curso queria. Coloquei enfermagem como primeira opção e depois biologia. Após ter feito isso, parei e pensei: ah, acho que as chances de passar são mínimas, então tá de boa!
Só que isso ficou mais de boa ainda quando abri a página do prouni e vi que tinha passado na primeira opção. O que eu faria agora? Fiquei totalmente confusa, pensava em estudar mais ou esperar mais pra conseguir discernir o que de fato queria, pensava se essa era uma área que iria atuar com prazer ou com frustração... Sei que enquanto pensava já tinha feito todo o processo para garantir a tal vaga, e hoje já estou lá, tentando ver se isso tem algo relacionado com o que me identifico, com o que gosto de fazer.
Estou na enfermagem porque antes de concluir o terceiro ano tinha botado na cabeça que queria fazer medicina, pois essa profissão abriga de tudo um pouco daquilo que queria.
Pois bem, desde criança eu sempre tinha em mente que seria professora. Cheguei ao ponto de fazer meu pai comprar para mim um quadro enorme, caixa de giz, apagador e tudo mais. Nossa, quando recebi esse presente era como se um sonho tivesse se tornado realidade. Ao meu ver, eu já era um profissional, e acima de tudo tinha uma grande quantidade de turmas para iniciar meu trabalho. Tudo bem que eu fazia o papel de todos os alunos, mas isso para mim era irrelevante. =B Queria mesmo era dar aula, passar aquilo que tinha aprendido com uma professora real para meus queridos invisíveis, ou até mesmo acrescentar certas coisas que uma professora não dava tamanha importância e eu achava que ela deveria ter dado.
Assim fui alimentando isso em minha consciência, até meu inconsciente transmitir uma pequena informação que acabaria com meu sonho: no lugar onde mora essa profissão não tem valor nenhum! você apenas irá se maltratar em função de outras pessoas que raramente estarão interessadas naquilo que sabe e quer passar adiante, pense bem. Isso e mais uma pilha de situações foram o bastante para não seguir, para me encontrar em qualquer profissão, menos naquela que iria dar aprendizado aos seres humanos. Foi aí que parei no tempo. Não sabia o que queria fazer da minha vida, só que se nada fizesse, outros fariam algo por mim, e achava que se isso fosse feito não seria nada agradável. Observava minhas colegas decidas, fazendo planos e tudo mais... e eu lá, pensando, pensando e pensando: e eu, o que vou fazer da vida? .-.
Concluí então que mais que atuar em uma só área, eu queria estar trabalhando em várias. Me descobri fazendo psicologia, história, jornalismo, medicina, letras, artes cênicas, biologia e até mesmo medicina veterinária. Só não me via fazendo algo na área de exatas, porque o meu intuito sempre foi focado no ser humano, na vida, apesar de que a matemática em si, assim como todas as outras áreas, também está ligada direta ou indiretamente ao ser humano.
Foi assim que ao chegar o terceiro ano decidi que iria fazer medicina, pois tinha visto nela uma extrema ligação com tudo o que já tinha pensado. (Aaah, querida, conta outra! Todo mundo quer fazer medicina por causa do salário no fim do mês) Mas eu não. É hipocrisia dizer que uma pessoa não quer ganhar dinheiro naquilo que ela exerce, mas seria mais hipocrisia ainda se eu lhe dissesse que a primeira coisa que me veio em mente foi o fato de poder ser rica com isso. Uma que o curso de medicina não é e nunca foi uma profissão valorizada assim como deveria ser aqui no Brasil, e outra que se uma pessoa faz esse curso pensando apenas nesse fator, é certo que ele colocará não apenas sua vida em risco, mas a de uma enorme quantidade de pessoas. E isso hoje em dia não é nem um pouco difícil de ser visto, caso contrário, o Lula, a Dilma e o Gianecchini não estariam recorrendo para um Sírio-Libanês da vida.
Enfim, porque consegui a bolsa e por ser um curso que me vejo relacionada com umas das áreas que gosto, estou lá, tentando descobrir se é isso mesmo que quero. O negócio é que minha cabeça é tão louca que penso ainda em desistir de tudo, caso veja que isso não é para mim e ir fazer um curso que tenha mais relação com a sociedade, educação ou outras questões que também me interessam bastante.
P.s.: passei por aqui para dar uma satisfação a mim mesma, porque a essa altura do campeonato, nem o comando que salva as postagens no blog deve estar lembrando que existo. Hauahua
Bye! See you leter!